Six thèses sur le travail forcé dans l'empire poirtugais contiental d'Afrique
Langue
pt
Article de revue
Ce document a été publié dans
África. 2015 n° 35, p. 129-155
Centro de estudos africanos da Universidade de São Paulo
Résumé
Dans la littérature, le travail forcé dans les colonies portugaises d’Afrique au XXe siècle est très généralement qualifié de “simple continuation” de l’esclavage parce que l’historiographie relative à la partie continentale ...Lire la suite >
Dans la littérature, le travail forcé dans les colonies portugaises d’Afrique au XXe siècle est très généralement qualifié de “simple continuation” de l’esclavage parce que l’historiographie relative à la partie continentale du Troisième Empire africain du Portugal a été par trop influencée par la situation à São Tomé e Príncipe, où cette « continuation » était avérée. Cet article défend six thèses: 1. En Afrique continentale portugaise, la fin de la traite servile et le début du travail forcé ne se sont pas succédé selon un régime de transition, mais de rupture. 2. L’introduction du travail forcé n’a pas été un “archaïsme” portugais mais une rupture capitaliste moderne. 3. Le travail forcé n’a pu fonctionner que dans le cadre d’une articulation des modes de production avec maintien de la production domestique subalternisée, cette dernière subsistant grâce à une oppression de genre aiguë. 4. Ce ne fut pas la loi promul- guée au Portugal qui a été “mal appliquée aux colonies”. 5. Cette législation était raciste non seulement en raison du phénotype, mais aussi en fonction d’une discrimination fondée sur la sphère de production, définissant l’exclusion d’un peuple entier. 6. C’est cette situation qui a paradoxalement nourri l’idéologie de l’assimilation.< Réduire
Résumé en anglais
Forced labor in Portugal’s African colonies during the twentieth century is often generalized in the literature as a “simple continuation” of slavery because the historiography related to the continental territories of ...Lire la suite >
Forced labor in Portugal’s African colonies during the twentieth century is often generalized in the literature as a “simple continuation” of slavery because the historiography related to the continental territories of Portugal’s third African empire has been overly influ- enced by the situation of São Tomé e Príncipe, where this “continuation” was the case. This article defends six theses: 1. In Portugal’s continental colonies, the end of the slave trade and the beginning of forced labor did not succeed each other through a regime of transition, but rather of rupture. 2. The introduction of forced labor was not a Portuguese “archaism” but a modern capitalist rupture. 3. Forced labor was able to function only in the framework of an articulation of the modes of production by maintaining a subalternized domestic produc- tion, which subsisted thanks to an acute gender oppression. 4. It was not the case of the law promulgated in Portugal being “erroneously applied in the colonies”. 5. This legislation was racist not only in terms of phenotype, but also in its function as a discrimination founded on the sphere of production, defining the exclusion of an entire people. 6. It is this situation that paradoxically nourished the ideology of assimilation.< Réduire
Résumé en portugais
Na literatura, o trabalho forçado nas colônias portuguesas de África no século XX é predominantemente tratado como uma "mera continuação" da escravatura porque a historiografia relativa à parte continental do Terceiro ...Lire la suite >
Na literatura, o trabalho forçado nas colônias portuguesas de África no século XX é predominantemente tratado como uma "mera continuação" da escravatura porque a historiografia relativa à parte continental do Terceiro Império Africano de Portugal foi demasiadamente influenciada pela situação em São Tomé e Príncipe, onde esta « mera continuação » foi real. Este artigo defende seis teses: 1. Na África continental portuguesa, o fim do trato dos viventes e o início do trabalho forçado não se sucederam num regime de transição mas de ruptura. 2. A introdução do trabalho forçado não foi um "arcaísmo" português mas uma ruptura capitalista moderna. 3. O trabalho forçado só pôde funcionar no âmbito de uma articulação dos modos de produção com manutenção da produção do-méstica subalternizada, este subsistindo graças a uma forte "generização". 4. Não foi a lei promulgada em Portugal que foi "mal aplicada nas colônias". 5. Esta legislação era racista não apenas por causa do fenótipo, mas em função de uma discriminação relativa à esfera de produção, definindo a exclusão de um povo inteiro. 6. É essa situação que paradoxalmente nutriu a ideologia da assimilação.< Réduire
Mots clés
Travail forcé
Esclavage
Rupture
Articulation des modes de production
Racisme
Assimilation
Mots clés en anglais
Forced labor. Slavery
Rupture
Articulation of the modes of production
Racism
Assimilation
Mots clés en portugais
Trabalho forçado
Escravatura
Ruptura
Articulação dos modos de produção
Racismo
Assimilação
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